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SINDICATO TRAI OS INTERESSES DOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM IMPERATRIZ

         A construção civil se tornou uma das principais atividades da economia de Imperatriz. Muitos edifícios foram ou estão sendo construídos, shoppings e principalmente a construção da fábrica de celulose da Suzano. Loteamentos surgem em muitos bairros da cidade. Todos esses investimentos fazem aumentar a procura por mão de obra. Além dos trabalhadores que já moram na cidade, as obras atraem trabalhadores de outras regiões.

A cidade cresce, mas nem tudo são flores. Principalmente para quem trabalha nas obras. Os trabalhadores da construção não têm condições dignas de trabalho.

Os salários são baixos e direitos básicos garantidos na CLT nem sempre são cumpridos (CLT é a Consolidação das Leis do Trabalho). Não é por acaso que os trabalhadores já ficaram indignados várias vezes. E foram à luta por seus direitos. Em um dos protestos, houve confronto, e ônibus foram queimados e trabalhadores que lutam para sustentar suas famílias foram presos.

A atual direção do STICC não faz nada para defender os interesses dos trabalhadores – STICC é o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil.

Acidentes acontecem com freqüência nas obras. Em alguns casos, inclusive com morte de trabalhadores e nenhuma punição aos patrões, que só exploramquem realmente trabalha.

Enquanto isto,a única coisa que o Sindicato se preocupa em fazer é assinar a papelada quando terminam os contratos de trabalho (rescisória). Até mesmo na discussão da Convenção Coletiva de Trabalho não defende os reais interesses da categoria.

Em 2012,a situação da direção do Sindicato se complicou. Após muitos anos, foram forçados a apresentar uma proposta com avanços importantes para a categoria. Isso só aconteceu por causa da pressão feita por um movimento de oposição liderado pelo pedreiro Divaldo Pereira.

Na proposta, as principais reivindicações são: a regulamentação de fornecimento de lanches entre o intervalo do almoço e no meio da tarde,ticket refeição e o aumento no salário base (piso) da categoria em 20,37%. Assim, o salário base passaria de R$ 973,00 para R$1.170,00 (para pedreiro, carpinteiro, pintor, armador, encanador, eletricista predial, eletricista montador, apontador, etc.).

A proposta foi negociada entre trabalhadores e patrões.Após algumas mesas de negociação entre o sindicato dos trabalhadores(o presidente Washington Oliveira, Divaldo Pereira, José de Jesus e João Alves) e o sindicato dos patrões(representado pelo presidente João Neto, Roberto Alencar e Ricardo Cheba), não se chegou a um acordo. 

Depois disso, a direção do Sindicato liderada por Washington Oliveira,deu um golpe na categoria, traindo os trabalhadores. A direção recolheu assinaturas numa assembleia duvidosa e, em nome da categoria, firmou uma Convenção Coletiva de Trabalho muito ruim para os trabalhadores. O acordo garantiu apenas os interesses dos patrões, concordando com reajuste de apenas 9,85% no piso salarial, e o salário base foi para R$1.068,00. Todas as outras reivindicações foram esquecidas.

Washington Oliveira, presidente do STICC, está há mais de vinte anos na direção do sindicato. Essadireção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil tem o rabo presocom o Sindicato dos patrões. Prova maior disso é que o projeto de arquitetura do novo prédiodo Sindicato dos Trabalhadores é assinado por Ricardo Cheba, representantes dos patrões na mesa de negociação!

Para Divaldo Pereira, pedreiro e líder sindical de oposição,com o auge de investimentos na construção civil, não há desculpa para sacrificar os trabalhadores. Com o grande volume de investimentos, os patrões têm lucros gigantescos, mas se recusam a atender as reivindicações básicas dos trabalhadores.

É necessário mobilizar os trabalhadores em um grande movimento de oposição, para fazer com que o sindicato cumpra seu papel, seja independente e livre da influência dos patrões.

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